Se tem algo que está desgastando o ambiente colorado é essa chata polarização em relação ao técnico Eduardo Coudet. De um lado, torcedores que defendem o treinador do Inter como se ele não merecesse nenhum tipo de contestação. De outro, pessoas com ódio exagerado quando se referem ao argentino.
Nem mesmo o técnico mais vencedor é incontestável. Ninguém é. Muito menos Coudet. Os números realmente são bons. Não tem como brigar com a matemática. Existe um trabalho sendo realizado dentro do clube e isso fica evidente com a boa produção do time durante os jogos. Mas será que é o bastante se não for revertido em conquistas e atuações convincentes?
Não vejo motivos para querer destruir a passagem de Coudet. Já tivemos paciência com treinadores que entregavam muito menos. Mano Menezes quase deixou o Inter sem perspectivas na temporada passada. Mesmo assim, ficou por muito tempo. Com ele, fomos eliminados por Melgar, Caxias e América-MG, sempre no Beira-Rio. No ano passado, o Inter não teve nenhum grande jogo com o técnico brasileiro. Coudet já deu boas amostras, em 2024. E, por isso, ficamos cheios de esperança.
Para conquistas grandes, o Inter terá de jogar muito mais. Apesar de números positivos, o desempenho em campo não é o suficiente para sonhar com títulos. Não chegamos à final do Gauchão. Na prática, o futebol colorado não tem acontecido. Ou realmente acreditamos que a eliminação no estadual e a classificação constrangedora na Sul-Americana são acasos?
Está faltando pensar mais no Inter. O clube é o mais importante nisso tudo. Não tem por que torcer para própria tese. Morrer de amores por Coudet tira qualquer capacidade de olhar seu trabalho de forma crítica. Mas exagerar nas cobranças ao treinador, depois de um longo período dos atletas sem treinamento, é pesar o ambiente de forma desnecessária. Que essa chatice acabe logo.