Impossível ficar alheio a tudo que está acontecendo com Vinicius Junior nos gramados da Europa, especificamente na Espanha. O primeiro sentimento é de profunda tristeza, pois quando buscamos entretenimento por meio do futebol não esperamos esbarrar nesse tipo de situação nojenta. Os milhares de racistas que buscam ofender e desestabilizar o principal jogador brasileiro da atualidade precisam ser responsabilizados pelo crime que cometem.
É inevitável não ser tomado por uma raiva gigantesca por conta das diversas declarações omissas que trazem de forma velada todo preconceito contra Vinicius. Claramente, pessoas influentes no contexto espanhol estão tentando justificar o discurso de ódio destinado a Vini nas arquibancadas do país colocando a culpa no brasileiro.
O presidente da La Liga, Javier Tebas, chegou ao ponto de dizer que o atleta do Real Madrid está “sendo injusto”. Não surpreende o posicionamento do mandatário da liga que até o momento não mexeu um dedo para mudar a situação. Se notas na internet funcionassem para melhorar os problemas do mundo ,estaríamos vivendo em um paraíso.
É preciso refletir que nunca na história da La Liga um atleta brasileiro com o fenótipo de Vini Jr. teve tanto destaque midiático e técnico como ele vem conquistando. Isso está enlouquecendo intimidando os racistas que sempre estiveram presentes nos estádios do mundo inteiro.
O problema para eles é que, desta vez, não é mais um jogador negro com extrema representatividade em suas características físicas. Agora, futebolisticamente falando, esse jovem de cor preta que dança, dribla e sorri é o rosto que representa o maior clube do planeta.
Todos os times, países e raças precisam estar unidos no objetivo de buscar respostas e melhorias para o absurdo que tomou conta do campeonato espanhol. Autoridades públicas e privadas devem ser extremamente cobradas por mudanças e punições para ontem. Esse é o momento de fazer valer a globalização que vivemos atualmente.
O racismo está presente na rotina de qualquer negro, mas a reflexão que fica é: se até nos casos mais nítidos de preconceito as coisas são relativizadas, imagina aquilo que não enxergamos. É preocupante a tentativa de deslegitimar a causa que está sendo discutida, sendo que a conclusão é simples e objetiva: não há tolerância para racismo em nenhum lugar, seja na Espanha ou em Marte.
Mesmo com toda a sua exposição e destaque social, Vinicius Junior não foi poupado desse preconceito doentio que há tempos destrói vidas por todos os cantos do planeta. O que resta para pessoas comuns?