A impressão que se tem aqui, no sul do mundo, é a de que o vice-presidente, o gaúcho Hamilton Mourão, anda meio acabrunhado. Talvez pelos atritos com o presidente e pela eventual decepção com Bolsonaro, que ele apoiou com entusiasmo lá atrás. Um dos maiores colunistas de política de todos os tempos no RS, José Barrionuevo tinha um jeito peculiar de noticiar rompimentos e tensões entre pessoas públicas. “Não convide para a mesma mesa... Bolsonaro e Mourão”. É o ponto ao qual chegamos.
Mesmo com o isolamento no coração do poder (e também por causa disso), Mourão tem sido lembrado como um nome forte para concorrer no ano que vem, de presidente a senador. Nesse segundo caso, o Rio Grande do Sul seria uma opção. Se for assim, Mourão precisa começar a se movimentar. A primeira providência é evitar aparições públicas com a máscara do Flamengo, o que costuma fazer corriqueiramente. A segunda, é iniciar uma agenda consistente de encontros e presenças no Rio Grande do Sul.
Se quiser, Mourão será uma alternativa viável em 2022. Não se trata aqui de sair na rua gritando que é candidato. Ainda é cedo para isso. Só que, daqui a pouco, será tarde para iniciar a terraplenagem da área sobre a qual as estruturas de uma eventual carreira política poderão ser erguidas.