Cristina Ranzolin faz, nesta segunda-feira, a sua última sessão de quimioterapia, em Porto Alegre. Exames mostram que os dois nódulos detectados em uma das mamas sumiram. Mesmo assim, o tratamento seguirá depois.
— Tudo bem mais tranquilo do que essa fase que passei, porque os remédios são muito fortes — explica a apresentadora do Jornal do Almoço, da RBSTV.
Cristina optou por continuar trabalhando enquanto combatia o câncer, mesmo com os efeitos colaterais da medicação.
— Não queria viver só a doença e o trabalho me ajudou muito — revela.
Mas, apesar das indisposições, não houve queda de cabelo, graças a um tratamento conhecido como crioterapia ou, mais popularmente, “touca inglesa”. Cristina postou imagens usando o equipamento, que congela a raiz do cabelo durante a quimio e, assim, evita ou reduz, em muitos casos, a queda. Há 15 dias, a foto de uma sessão teve mais de 179 mil curtidas em uma rede social. Entre os comentários, observações sobre dificuldades com o preço do tratamento, R$ 200 por sessão, inacessível para a maioria da população, uma vez que não é coberto pelo SUS.
Quando detectou os tumores, a jornalista, mãe, filha e esposa se sensibilizou não apenas com o seu problema, mas com a dimensão do drama de milhares de mulheres.
— Muitas entram em depressão ao perder os cabelos, até desistem no meio — explica.
Surgia a oportunidade de agir. Cristina entrou em contato com a empresa Paxman, presente em 64 países, entre eles o Brasil, e conseguiu a doação de um equipamento, que custa em torno de R$ 300 mil, para a Santa Casa de Porto Alegre, que passará a disponibilizá-lo pelo SUS quando estiver instalado, daqui a algumas semanas.
— Lá no começo do meu tratamento eu prometi que iria ajudar outras mulheres que não tinham a minha oportunidade de fazer um bom tratamento, esse é o começo — avisa.