Não precisa de máscara. Precisa de máscara. Não há provas de que máscara funcione. Quem não usar máscara será multado. Abre restaurante. Fecha restaurante. Abre mais ou menos o restaurante. O ziguezague da informação se acentuou nos últimos dias. Essa montanha russa na comunicação nada tem a ver com erros e acertos, inevitáveis em uma situação de crise na qual as variáveis mais importantes são imprevisíveis. E nem com as oscilações da curva de contaminação, que determina mudanças nas orientações. O que há, no Estado e em Porto Alegre, é uma dose exagerada de confusão.
O governador Eduardo Leite estabeleceu um prazo para recursos de prefeitos insatisfeitos com as bandeiras. Só que faz anúncios públicos antes disso. Seria mais eficiente abrir um canal direto com os chefes dos Executivos municipais e só depois vir a público informar sobre bandeiras que determinam como trabalhadores, profissionais liberais e empreendedores devem se comportar. A evolução do modelo não pode significar seu descrédito.
Em Porto Alegre, o uso ou não de máscaras e a eventual incidência de multas sobre quem não utilizá-las em locais púbicos virou uma novela incompreensível. É obrigatório? Tem multa? De quanto? Quem fiscaliza?
Tanto o governador Eduardo Leite quanto o prefeito Nelson Marchezan têm acertado bem mais do errado diante de uma crise complexa. Mas além de álcool gel, máscaras, distanciamento social, fé, paciência e força, a população precisa de informações precisas, claras e simples. E alinhadas entre os gestores públicos eleitos por quem, agora, precisam ajudar a proteger.