A vitória de Benjamin Netanyahu em Israel é a melhor notícia que Jair Bolsonaro recebeu esta semana. O presidente brasileiro teve papel importante no resultado. Não foi coincidência a sua visita a Jerusalém e a Tel Aviv na reta final da campanha. Ao agendar sua viagem, Bolsonaro assumiu conscientemente o papel de cabo eleitoral do primeiro-ministro israelense, que conquistou seu quinto mandato. Agora, os laços que já vinham desenvolvendo desde que Netanyahu veio para a posse no novo governo em Brasília, em janeiro, se ampliam para uma dívida de gratidão.
Os israelenses amam o Brasil. Nossa música, nossas praias e nosso futebol habitam o imaginário popular do pequeno país do Oriente Médio como a idealização de uma vida mais relaxada e divertida, uma espécie de válvula de escape para uma sociedade acostumada às guerras e à tensão constante. Jovens israelenses incluem frequentemente o Rio de Janeiro, a Amazônia e Salvador nos seus roteiros de viagem, uma tradição depois de terminar o serviço militar obrigatório. A violência fez reduzir esse fluxo, mas não o interrompeu. Por isso, o apoio do presidente do Brasil faz sim diferença.
Com a vitória de Netanyahu, os laços religiosos que unem os evangélicos brasileiros à Terra Santa ficam reforçados, bem como os acordos militares e a cooperação da área tecnologia agrícola. Mas não é só Bolsonaro que está feliz. Nos Estados Unidos, Donald Trump, que disputará a sua reeleição ano que vem, também tem motivos para celebrar. A linha dura, democraticamente, se manteve no poder em Israel, principal aliado americano na região.