SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O partido Azul e Branco, principal opositor do premiê israelense Binyamin Netanyahu, reconheceu a vitória do partido governista Likud nas eleições gerais realizadas nesta terça-feira (9).
"Nós não vencemos esta rodada. Na oposição, nós faremos a vida do Likud um inferno", disse Yair Lapid, número 2 do partido centrista Azul e Branco, liderado por Benny Gantz, em discurso transmitido pela TV nesta quarta-feira (10).
Netanyahu seguirá no poder graças ao suporte de partidos religiosos de direita, pois tanto o Likud quanto o Azul e Branco devem conquistar o mesmo número de assentos (35) no Parlamento, segundo projeções.
Com 97% dos votos apurados, os resultados indicam que o Likud e um grupo de partidos aliados da direita, reunidos em uma coalizão, terão 65 cadeiras do total de 120 do Parlamento, o suficiente para consolidar a maioria e formar o novo governo. O resultado final deve demorar alguns dias para ser apurado.
Netanyahu, 69, deverá se tornar, ao final do ano, o primeiro-ministro com mais tempo de poder na história do Estado de Israel, superando o lendário David Ben Gurion (1886-1973). O premiê acumula 13 anos no cargo e segue rumo ao quinto mandato
O presidente palestino, Mahmoud Abbas, expressou na terça-feira seu desejo de que essas eleições tragam a paz e disse estar preparado para retomar as negociações se o direito internacional for respeitado. Mas, diante dos resultados, o negociador palestino Saeb Erekat disse que os israelenses disseram nas urnas "não à paz".
"Os israelenses votaram para manter o statu quo. Disseram 'não' à paz e 'sim' à ocupação", avaliou Saeb Erekat em um comunicado.
Netanyahu também é alvo de investigações. Em fevereiro, o procurador-geral anunciou a intenção de denunciá-lo formalmente por corrupção, fraude e quebra de confiança.