A Justiça interditou R$ 11 bilhões da Vale do Rio Doce, o que equivalente ao lucro dos três primeiros trimestres do ano passado Na bolsa, a queda das ações chegou a 20% desde o dia do rompimento da barragem de Brumadinho, além das multas de R$ 250 milhões do Ibama e de R$ 99 milhões do governo de Minas Gerais. Esses são os dados quantitativos.
Mas, do ponto de vista do mercado, existe um outro cálculo bem mais complexo. Ele é qualitativo e passa por fatores que vão do desgaste da imagem da companhia à pressão da opinião pública internacional, cada vez mais preocupada com a questão ambiental. Há também a movimentação da concorrência, as reações políticas e as possíveis consequências jurídicas.
Os efeitos desses fatores não se restringem à Vale, mas atingem também a marca Brasil. Apenas para efeito de comparação, há um grande contingente de investidores - externos e locais - que não investe em ações de empresas de tabaco, mesmo que elas sejam lucrativas.
A Vale, depois das mortes e dos danos à natureza, se insere provisoriamente nessa categoria. Se e quando o valor de mercado da empresa irá recuperar seu antigo patamar é aposta do momento. Como sempre, a crise oferece grandes oportunidades.