Hamilton Mourão e Manuela D`Ávila, vices de Bolsonaro e de Haddad, são gaúchos. Teoricamente, essa seria uma boa notícia para o Rio Grande do Sul, tão enfraquecido politicamente no cenário nacional. Tudo vai depender do espaço que terão no dia-a-dia do governo. Legalmente, a única obrigação do vice é estar pronto para assumir em caso de necessidade.
O PT gaúcho sempre foi diferente do PT paulista. Basta olhar para a Lava-Jato. Isso não impedirá que Haddad, em caso de vitória, olhe para o sul em busca de nomes. Tarso Genro, pela experiência, poderia estar no Ministério. O ex-governador vive um novo momento de vida e, apesar da boa relação com Haddad, talvez prefira, agora, distância do poder. "É cedo ainda para projetar", disse um ilustre petista gaúcho.
Já Bolsonaro tem Onyx Lorenzoni como nome forte para a Casa Civil e Ana Amélia Lemos cotada para o Ministério. O Exército brasileiro, uma das bases de sustentação de Bolsonaro, tem forte presença e influência de oficiais que nasceram ou que viveram no Rio Grande do Sul.
Mais do que gaúchos no Ministério, o Estado precisará de união entre suas bancadas estadual, federal e Palácio Piratini para convencer o futuro governo federal de que esse pedaço de Brasil aqui embaixo merece um olhar mais atento.
Nosso desafio é conseguir o que não conseguimos nos últimos anos: consensos mínimos sobre temas importantes para o Estado. Sem isso, daqui a quatro anos, estaremos novamente apontando os dedos uns para os outros e culpando Brasília pelos males que criamos e não conseguimos resolver.