Em 2015, a Secretaria Municipal da Cultura retirou a tinta que cobria os painéis de Xico Stockinger na Praça Dom Sebastião, em Porto Alegre. A justificativa: o aço usado era do tipo corten, feito para acumular ferrugem, sem risco de dano definitivo à obra.
O artista plástico Carlos Tenius discorda. Amigo próximo de Stockinger à época, acompanhou parte do processo de produção e faz a ressalva: o material utilizado não é do tipo citado.
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Autor do Monumento aos Açorianos, Tenius conta que, em, 1974, ano em que produziu a obra, teve que importar as chapas de aço corten de Minas Gerais, pois não era possível encontrá-las em Porto Alegre. Assim, seria impossível que os painéis de Stockinger, realizados em 1972, fossem feitos do material.
– Eu posso afirmar com certeza absoluta que aquele aço não é não-corrosivo – defende.
A preocupação é que o suposto erro na avaliação comprometa um importante patrimônio público. Para o artista, o procedimento correto para recuperar a peça seria remover a ferrugem e pintar com uma camada de tinta zarcão e outra de tinta à base de grafite.
A Coordenação da Memória Cultural da Secretaria mantém sua posição.