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Foi por um triz. O prefeito Sebastião Melo (MDB) ficou a 2 mil votos de vencer no primeiro turno, mas enfrentará Maria do Rosário (PT) em 27 de outubro. Nas últimas semanas da campanha, o crescimento de Juliana Brizola (PDT) assustou os petistas, mas Rosário deu a volta por cima e conseguiu levar a eleição para o segundo turno.
O segundo turno é outra eleição. Desaparece a vantagem do tempo de rádio e TV, que no primeiro turno favoreceu Melo, mas o prefeito larga como favorito, dado que fez 162 mil votos a mais do que a adversária no primeiro turno.
Para vencer, o prefeito precisa manter o vigor do primeiro turno, quando acertou o tom da propaganda e driblou o desgaste provocado pela enchente, pelos erros e omissões de sua equipe. Rosário terá de conquistar os eleitores de centro, que votaram em Juliana, depois de flertar com a sua candidatura, tarefa que exigirá mudanças na campanha.
A aposta de Maria do Rosário na proximidade com o presidente Lula e em uma suposta facilidade para obter recursos federais não se traduziu em votos. A candidata fez menos votos do que Manuela D'Ávila em 2020 (187.262 no primeiro turno) e do que Edegar Pretto em 2022, que somou 258.063 na eleição para governador na Capital. Lula não veio a Porto Alegre para a campanha e gravou apenas um vídeo de apoio, na última hora, quando a propaganda eleitoral já estava quase terminando.
Os dois contarão no segundo turno com os vereadores eleitos que, livres da tarefa de trabalhar pela própria eleição, poderão dedicar mais energia à campanha. Nesse quesito, o prefeito leva vantagem: os partidos que apoiam sua eleição elegeram 16 vereadores. Os aliados de Rosário, 12. Os partidos que no primeiro turno estiveram com Juliana fizeram cinco cadeiras no Legislativo. Melo terá, com certeza, o apoio de Felipe Camozzato, que fez 3,8% dos votos, e dos dois vereadores eleitos pelo Novo.
ALIÁS
Sebastião Melo venceu em todas as 10 zonas eleitorais de Porto Alegre. O melhor desempenho do prefeito foi na 112ª Zona Eleitoral, onde votam eleitores de bairros como Vila Ipiranga e Sarandi. Lá, obteve apoio de 54,07% dos eleitores (39.551 votos). A 1ª Zona Eleitoral, na região das Ilhas, foi o calcanhar de Aquiles de Melo: foram 27.749 votos (41,26%). No primeiro turno de 2020, o prefeito perdeu para Manuela D’Ávila (PCdoB) em quatro das 10 zonas: a 1ª, a 113ª, a 114ª e a 159ª.