Apesar da pressão das centrais sindicais pela aprovação do projeto que reajusta em 9% o salário mínimo regional, é praticamente certo que o texto não será votado nesta semana na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia. A relatora, deputada Nadine Anflor (PSDB), já anunciou que o seu parecer é favorável e mantém integralmente o texto enviado pelo Piratini, mas a proposta é apenas o 20º item na pauta da comissão.
A CCJ costuma se reunir nas terças-feiras, às 9h. Nesta terça (3), no entanto, o governador Eduardo Leite convocou os deputados da base para um café da manhã no Palácio Piratini às 8h45min, praticamente no mesmo horário da comissão, para definir as pautas prioritárias do governo em outubro. Como consequência, é provável que a CCJ não tenha quórum.
Se o cenário se confirmar, deve ficar para o dia 10 ou 17 de outubro a votação do piso regional no colegiado. Antes, a relatora ainda precisará ler o parecer. Nadine ressalta que o relatório foi entregue dentro do prazo, após ouvir centrais sindicais e empresários.
O presidente do Fórum das Centrais Sindicais, Guiomar Vidor, disse à coluna que pediu ao governo para que indique regime de urgência ao projeto, mas sustenta que não teve retorno. Guimar afirma que a demora para votar a proposta prejudica o "trabalhador que menos ganha", e diz que há "falta de consideração por parte do governo e dos deputados".
Em junho, quando enviou o projeto à Assembleia, o Piratini propôs 9% de reajuste. As centrais sindicais pedem 10,5%. Já os empresários pedem a extinção do piso regional. Nenhum dos dois lados deve ser contemplado em suas reivindicações, uma vez que o governo não pretende acabar com o piso nem elevar o percentual.