O jornalista Carlos Rollsing colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço
A reunião entre o presidente Lula e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, nesta quarta-feira (11), no Palácio do Planalto, rendeu mais uma imagem simbólica para o início do terceiro mandato do petista.
Tarcísio foi ministro da Infraestrutura do governo Bolsonaro, era um dos nomes fortes da gestão, e agora é apontado como um dos herdeiros do espólio da direita nacional. Empossado governador de São Paulo, a maior economia do país, ascendeu a um novo patamar de força política. De campos antagônicos, Lula e Tarcísio deram demonstração de que, encerrada a eleição, o momento é de governar para resolver os problemas reais da população, manter as relações republicanas e buscar os consensos possíveis em temas de interesse nacional.
Divergências políticas sempre vão existir, mas não são justificativa para sabotagem ou golpismo de pretensos patriotas. A reunião ainda contou com a presença dos ministros Alexandre Padilha, das Relações Institucionais, e Rui Costa, da Casa Civil, além de Gilberto Kassab, secretário de Governo e Relações Institucionais de São Paulo.
Kassab é mandachuva do PSD, sigla que emplacou três nomes na Esplanada dos Ministérios de Lula. Após a reunião, a assessoria do governador paulista disse que ele apresentou ao presidente argumentos sobre a importância da concessão do porto de Santos e de investimentos na construção de um túnel entre Santos e Guarujá. A questão do porto é tema delicado. Embora a concessão seja um instrumento temporário, diferente do processo de venda definitiva do patrimônio público, Lula fez campanha e retornou ao poder dizendo que a época de privatizações estava encerrada.
No governo Dilma, a concessão de aeroportos foi acerto, mas os diferentes modelos de terminais guardam peculiaridades a serem analisadas.
Mais reações
Os três poderes estaduais e entidades da sociedade civil irão participar, na próxima segunda-feira (16), às 14h, na Praça da Matriz, no Centro de Porto Alegre, de manifestação contra os atentados à democracia registrados em Brasília. A organização é da Associação dos Juízes do RS (Ajuris), e estão confirmadas as presenças da Assembleia Legislativa, do Tribunal de Justiça e demais Cortes de atuação estadual, além do Ministério Público. O governador Eduardo Leite foi convidado.
– O que aconteceu no domingo em Brasília foi uma violenta agressão aos valores que escolhemos para viver em sociedade – diz Cláudio Martinewski, presidente da Ajuris.
Novo desafio
Secretária de Planejamento, Orçamento e Gestão do governo Eduardo Leite entre 2019 e 2020, Leany Lemos foi anunciada nesta quarta-feira (11) como integrante do núcleo de gestão de Simone Tebet (MDB-MS) no Ministério do Planejamento.
Na nova função, Leany será a titular da Secretaria de Planejamento da pasta. O ministério de Tebet tem, entre suas atribuições, a elaboração do orçamento federal, investimentos estratégicos, coordenação de estatais e gestão compartilhada do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI). No governo Leite, Leany teve papel importante na reforma administrativa e no modelo de gestão da pandemia.
Dos gabinetes do RS para Brasília
Mestre em Direito, Ricardo Zamora assumiu nesta semana a função de secretário-executivo da Secretaria de Comunicação Social, comandada pelo ministro Paulo Pimenta (PT-RS). Zamora foi chefe de gabinete do então governador Tarso Genro e do deputado estadual Luiz Fernando Mainardi, ambos do PT.
Na Secom do governo federal, Zamora irá supervisionar os programas da pasta, responsável pela comunicação institucional, publicidade oficial e relação com a mídia. Pimenta diz que o enfrentamento de narrativas falsas está entre as prioridades.
Incra-RS
Nome cotado no PT para assumir a Superintendência do Incra no Rio Grande do Sul é o de Margarete Ferretti, ex-prefeita de Nova Santa Rita. A discussão está sendo feita entre as alas petistas que têm relação com a economia agrária, sobretudo os pequenos e médios produtores.