O jornalista Fabio Schaffner colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço
A mesma incerteza que paira sobre uma eventual aliança entre tucanos e emedebistas se repete na negociação envolvendo PT e PSB. Como a prioridade de Lula é a candidatura de Fernando Haddad em São Paulo, ele não se importa em rifar Edegar Pretto, que sábado (18) reuniu 500 pessoas durante evento de campanha em Pelotas.
Pretto não empolga a militância e a estagnação nas pesquisas preocupa os dirigentes, mas o PT gaúcho não aceita recuar em nome de Beto Albuquerque, a quem não perdoa por ter saído do governo Tarso Genro em 2014, liderando a diáspora socialista rumo ao palanque de José Ivo Sartori (MDB).
Embora o clima da última reunião entre os partidos de esquerda tenha sido o mais ameno até então, a tensão é indisfarçável.
Chamado no PSB de “dedos nervosos” pela volúpia com que escreve críticas ácidas nas redes sociais, Beto tem sido aconselhado a manter o sangue frio e induzir à campanha um ritmo acelerado para manter a boa posição nas pesquisas. Aliados consideraram um erro crasso a oferta do palanque regional a Ciro Gomes (PDT), desautorizada pela direção nacional do partido sob ameaça de retaliação financeira.
A bronca alimentou as esperanças do PT em ter Beto ocupando a vaga ao Senado e há até promessa de Lula vir ao Estado sacramentar a aliança caso isso aconteça. Beto refuta tal hipótese e diz que se não concorrer ao Piratini, volta para casa
Torniquete
Concebido para frear o caixa 2 eleitoral, o financiamento público de campanhas se transformou em mecanismo de pressão e, em alguns casos, de chantagem dentro dos partidos. Concentrado nas mãos dos caciques, o dinheiro é distribuído por critérios discricionários. No RS, Beto Albuquerque (PSB) e Gabriel Souza (MDB) sofrem ameaças de asfixia financeira caso mantenham as candidaturas a governador.