Pelos dados já disponíveis nos relatórios do Estado, pelo menos seis regiões (Santo Ângelo, Ijuí, Cachoeira do Sul, Palmeira das Missões, Cruz Alta e Santa Rosa) já deveriam ter recebido o “aviso” de que a situação é delicada. Trata-se de uma formalidade do novo modelo de gerenciamento da pandemia, porque os prefeitos sabem melhor do que ninguém que os números são preocupantes. Os alertas mais eloquentes não vêm de uma planilha, mas de dentro dos hospitais, com UTIs lotadas e necessidade de transferência de pacientes da covid-19 para outras regiões.
Na sexta-feira, no Piratini a expectativa era de que pelo menos Santo Ângelo, Ijuí e Cachoeira do Sul já estreassem no novo modelo com o primeiro A dos três do plano, o A de aviso. Depois vêm alerta e ação.
No boletim divulgado sábado, a ocupação geral de leitos de UTI covid no Estado é de 77,7%. Das 21 regiões, 13 estão com a lotação das UTIs acima da média estadual.
Santo Ângelo aparece com aumento de 27,9% nos casos confirmados em sete dias e 43,5% nas mortes e 100% de ocupação nas UTIs. A região de Cachoeira teve alta de 20% nos casos e redução na média móvel de mortes, mas a necessidade de UTI extrapola a capacidade dos hospitais: se todos estivessem na região, a ocupação seria de 170%.
Santa Rosa, com aumento de 64,5% nos óbitos e Palmeira das Missões com 64,7% também devem ganhar seu primeiro A, pela velocidade de crescimento do contágio, o aumento das mortes e a superlotação das UTIS, com 100% ou mais dos leitos ocupados. Cruz Alta teve um aumento de 160% nas mortes em sete dias, mas ainda dispõe de leitos.
A região de Uruguaiana, embora não esteja entre as mais críticas em aumento de casos confirmados e de mortes, está com 103,1% de ocupação das UTIs.
Aliás
Os prefeitos mais conscientes não precisarão esperar pela sinalização do governo estadual para adotar medidas, porque neste momento em que o comitê de crise ainda está apertando os parafusos, o aviso poderá chegar tarde. São preocupantes dos sinais de recrudescimento em várias regiões.