O fato de Milton Ribeiro ser um ministro da Educação omisso, que não se mobilizou pela vacinação dos professores, assistiu passivo aos cortes no orçamento e nem entrou com firmeza no debate do ensino pós-pandemia, não impediu o deputado Luciano Zucco (PSL) de homenageá-lo com a Medalha da 55ª Legislatura da Assembleia Legislativa. Cada parlamentar pode destinar uma dessas medalhas por semestre.
Zucco justificou a homenagem pelo fato de Ribeiro ter atendido sua demanda de ampliar o número de escolas cívico-militares no Rio Grande do Sul.
— Cada Estado teria direito a duas escolas cívico-militares por ano. Nós teremos 12 — orgulha-se Zucco, que é tenente-coronel reformado do Exército.
No discurso de entrega da medalha, o parlamentar ressaltou o empenho do ministro no que chamou de “substituição de um modelo que favorecia a ideologização na educação por outro baseado em ordem, hierarquia, respeito e em noções de direitos e deveres, família e pátria”.
O deputado é autor da lei estadual que institui o modelo de escola cívico-militar no Rio Grande do Sul, inspirado no programa federal. Quase 50 municípios do Estado se inscreveram para receber uma dessas escolas.
Em Porto Alegre, a Secretaria Municipal da Educação fez uma consulta às 56 escolas de Ensino Fundamental para saber quais teriam interesse em se transformar em cívico-militares. O resultado da pesquisa traz uma dessas coincidências que aos técnicos como a secretária Janaina Audino passou despercebido, mas chamou atenção do prefeito Sebastião Melo, que recebeu o ministro em seu gabinete.
A primeira — e por enquanto única — escola interessada em virar cívico-militar chama-se Leocádia Felizardo Prestes, nome da mãe do lendário líder comunista Luiz Carlos Prestes.
A escola, com cerca de 500 alunos, fica no bairro Cavalhada, em uma região de alta vulnerabilidade social e sérios problemas de segurança, pela influência do tráfico de drogas, que a direção espera resolver levando militares do Exército para dentro da instituição.
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