A prefeitura de Porto Alegre deve fechar nesta semana o acordo com as empresas de transporte coletivo para suspender o reajuste por 90 dias, enquanto discute a repactuação dos contratos de concessão. O secretário de Mobilidade Urbana, Luiz Fernando Záchia, está convencido de que algum subsídio a prefeitura terá de conceder para reduzir a tarifa dos ônibus, já que o usuário não teria como bancar o custo integral com o repasse do aumento dos insumos para a passagem.
Uma das ideias em estudo é ampliar a cobrança de estacionamento nas ruas, a "área azul" e adotar preços diferenciados por bairros. Nos de maior poder aquisitivo, como o Moinhos de Vento, o usuário pagaria mais para estacionar do que em outros menos concorridos. Essa mudança poderia reder até R$ 20 milhões por ano, que seriam usados para subsidiar o transporte coletivo. Hoje, a área azul rende cerca de R$ 6 milhões para a prefeitura.
A prefeitura deve mapear as ruas que ainda não têm área azul para ampliar as possibilidades de cobrança. Como o prefeito Sebastião Melo descartou outras fontes de recursos, como a cobrança de uma taxa dos aplicativos de transporte para alimentar o fundo que ajudará a subsidiar ônibus e lotações, o estacionamento em áreas públicas funcionaria como uma "taxa de mobilidade".