Em menos de 24 horas, o ex-ministro Sergio Moro passou de herói a traidor nas redes sociais bolsonaristas, a ponto de ser comparado a Adélio Bispo, o tresloucado que tentou matar o candidato Jair Bolsonaro com uma facada, em setembro de 2018. O post, que se multiplicou no fim de semana, dizia que Adélio esfaqueou Bolsonaro pela frente e insinuava que Moro apunhalou o ex-chefe pelas costas.
No fim de semana, Moro reagiu pelo Twitter, com estocadas diretas no presidente. No sábado pela manhã, postou o link de um vídeo produzido no início de sua gestão e escreveu: “Faça a coisa certa, pelos motivos certos e do jeito certo foi o lema de campanha de integridade que fizemos logo no início no MJSP. Abaixo vídeo simples sobre ela, mas ainda disponível”.
No vídeo, de 2min36seg, com trilha sonora, uma locutora cita o decálogo das condutas que devem nortear os servidores do Ministério da Justça. O item 4 diz: “O poder público não é um negócio de família”.
Ainda no sábado, às 11h33min, postou: “Sobre reclamação na rede social do Sr.Presidente quanto à suposta ingratidão: também apoiei o PR quando ele foi injustamente atacado. Mas preservar a PF de interferência política é uma questão institucional, de Estado de Direito,e não de relacionamento pessoal”.
Neste domingo, às 14h57min, fez uma alusão ao slogan da campanha de Bolsonaro (Pátria acima de tudo, Deus acima de todos): “Tenho visto uma campanha de fake News nas redes sociais e em grupos de WhatsApp para me desqualificar. Não me preocupo; já passei por isso durante e depois da Lava Jato. Verdade acima de tudo. Fazer a coisa certa acima de todos”.
No fim de semana, Moro deu unfollow no presidente Jair Bolsonaro no Twitter. Bolsonaro não está entre os 22 perfis que Moro continua seguindo, a maioria ministros, como Nelson Teich, Damares Alvez e Onyx Lorenzoni. Até o início da noite de domingo, Bolsonaro continuava seguindo o ex-ministro.