A interpretação da coluna de que o decreto que dá autonomia aos municípios para decidirem sobre a extensão das medidas restritivas é uma porteira aberta para o avanço do coronavírus no Estado contestada pelo governador Eduardo Leite na noite desta sexta-feira (27):
— Não tem “porteira aberta”. Se for o caso, podemos impor mais restrições. Se chegar o momento de fechar o Estado todo, não temerei em fazê-lo. Mas esse momento não é hoje.
Leite disse que, antes de adotar uma medida radical, é preciso considerar quatro fatores. A saber:
1. O tamanho do território do Rio Grande do Sul e a diversidade das cidades, o momento diverso do contágio em cada município e a diversidade das cidades;
2. O momento diverso que vive o contágio em cada município e região;
3. O efeito colateral que se impõe, na economia, no emprego e, consequentemente, na saúde da população;
4. A responsabilidade política dos prefeitos e a legitimidade conferida a eles pelo eles pelo voto popular para tomarem decisões em suas comunidades.
Nesta sexta-feira, o governador reuniu o que chama de Conselho de Estado: Tribunal de Justiça, Assembleia Legislativa, Tribunal de Contas, Defensoria Público e Ministério Público.
— Ressaltei a importância de o Ministério Público estar ao lado dos prefeitos, ajudando e orientando, para que encaminhem as medidas em âmbito municipal — contou.
Leite discorda da avaliação do prefeito de Passo Fundo, Luciano Azevedo, de que o decreto deixa os prefeitos mais suscetíveis à pressão de empresários que querem abrandar o isolamento a qualquer custo. Diz que os prefeitos conhecem melhor a realidade de suas cidades.
— Por que preciso mandar fechar comércio em Arroio do Padre, por exemplo. Talvez seja o momento para Porto Alegre, que tem o maior número de casos. Se o prefeito da Capital não tivesse feito, eu acharia argumento para a Capital ou para a Região Metropolitana.