O jornalista Paulo Egídio colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço.
Além da tradicional defesa da reforma agrária, as seis mil pessoas que participaram da edição deste ano da Romaria da Terra, em Mormaço, no norte do Estado, também foram convidadas a refletir sobre a proteção ao meio ambiente. Tradicional ponto de contato entre religiosos, políticos de esquerda, assentados e pequenos agricultores, o evento é realizado todos os anos nas terças-feiras de Carnaval, e chegou à 43ª edição em 2020 com o tema “O bem viver no campo e na cidade”.
Os participantes se reuniram às 9h desta terça (25) e percorreram 2,7 km sob garoa e temperatura de 28ºC. A procissão foi interrompida por celebrações e discursos críticos ao atual modelo de produção agrícola e às agressões do ser humano à natureza.
Romeiro tradicional, o deputado estadual Edegar Pretto (PT) caminhou ao lado do colega de bancada, Valdeci Oliveira. Edegar participa da romaria desde os 11 anos, levado pelo pai, Adão Pretto, que faleceu em 2009.
— A forma do agricultor se relacionar com o meio ambiente e os cuidados com a produção de alimentos tem a ver diretamente com a saúde de quem produz e quem consome — ressaltou o deputado.
Depois da procissão, os deputados assistiram à missa campal ao lado do ex-governador Olívio Dutra, que participa da Romaria da Terra desde a primeira edição, em 1978.
Na celebração, os bispos condenaram o uso indiscriminado de agrotóxicos no Brasil e criticaram a liberação do registro de cerca de 400 defensivos agrícolas pelo governo federal em 2019.