No dia em que obteve sua maior vitória na Câmara desde a posse, o prefeito Nelson Marchezan interrompeu a licença-paternidade para celebrar a aprovação do projeto que altera a planta de valores do IPTU. Na entrevista coletiva, sentou-se entre dois dos principais responsáveis pelo resultado: o secretário da Fazenda, Leonardo Busatto, incansável e didático na defesa do projeto, e o líder do governo, Mauro Pinheiro (Rede).
Aprovado na terceira tentativa, o projeto que significará injeção de recursos nos cofres da prefeitura só passou porque Marchezan trocou a truculência do início do governo por um comportamento mais amistoso. Na longa noite da votação, o prefeito estava em casa. Acompanhou a votação pelo celular, da sala, para não acordar o filho Benício, que nasceu na sexta-feira.
Pinheiro se encarregou da articulação, mas a vitória tinha sido construída por Marchezan no final de 2018 quando incorporou o MDB ao governo.
A presidente da Câmara, Mônica Leal (PP), mostrou na votação do IPTU que tem a maturidade política que falta aos jovens do Movimento Brasil Livre (MBL). Mônica assumiu a prefeitura na segunda-feira, já que o prefeito Nelson Marchezan está em licença-paternidade e o vice Gustavo Paim entrou em férias.
Como era contra o projeto do IPTU, a vereadora começou a receber mensagens de integrantes do MBL com sugestões para que puxasse o tapete de Marchezan e retirasse o projeto de pauta. Mônica respondeu:
– Não tem a menor possibilidade. Sou filha orgulhosa de um militar que me ensinou noções de hierarquia. Eu sigo a lei e quem me conhece sabe disso. Cumpro até estatuto de condomínio.
O deputado federal Marcel Van Hattem (Novo) chegou a sugerir que a vereadora de seu antigo partido não aceitasse assumir a prefeitura para poder votar contra o IPTU.