Com a proibição de doações de empresas e sem recursos do fundo partidário, tudo indica que as campanhas a deputado estadual do MDB no Rio Grande do Sul serão as mais modestas desde a redemocratização. A atual bancada emedebista da Assembleia já foi avisada de que não serão repassados valores para custear a eleição para esse cargo no Estado.
De acordo com o presidente estadual do MDB, Alceu Moreira, o diretório nacional ainda não assinou resolução que define essas regras, mas reunião extraoficial já definiu as diretrizes. Ele não quis informar o que ficou decidido.
Nos bastidores, a informação é de que o MDB nacional, presidido pelo senador Romero Jucá (RR), repassará R$ 4,8 milhões ao diretório do Rio Grande do Sul para a campanha. Os recursos podem ser usados como a direção regional achar conveniente.
Como a prioridade no Estado é reeleger José Ivo Sartori, a tendência é de que esse dinheiro seja usado apenas para produção de propaganda eleitoral de rádio e TV do atual governador. Em encontro com os deputados federais, os atuais parlamentares estaduais tentaram argumentar, sem sucesso.
Também ficou acordado que, além dos R$ 4,8 milhões, seriam repassados R$ 1,5 milhão a cada deputado federal, incluindo os suplentes que exerceram o cargo por um tempo como José Fogaça, Mauro Pereira e Jones Martins. Os cinco deputados emedebistas gaúchos e os outros três suplentes doarão cada um R$ 250 mil para a formação de um fundo usado para custear a campanha dos candidatos à Câmara.
— Será uma eleição franciscana para a nominata de candidatos a deputado estadual, na medida que os recursos do fundo ficarão concentrados com os deputados federais — define o deputado estadual de primeiro mandato Gabriel Souza, candidato à reeleição.
Em busca de uma saída para a falta de dinheiro, o deputado estadual Edson Brum afirma que buscará doações de apoiadores para sua campanha à reeleição:
— Agora no fim de agosto farei um jantar custando mil e também usarei recursos próprios que juntei ao longo do meu mandato.
O parlamentar também explica que a "pindaíba" oportunizará eleição de pessoas novas na Assembleia:
— No MDB, será uma luta de igual para igual, entre os eleitos e os novos.