Juntos por uma reinvenção do PT, líderes da legenda lançaram nesta quinta-feira à tarde, na Assembleia Legislativa, um manifesto a favor de mudanças profundas no partido. Militantes assinaram um abaixo-assinado para a convocação de um congresso nacional. A intenção é reunir petistas de todo o país para, entre outras atribuições, discutir correções do programa do partido, da tática e da política de alianças.
O manifesto divulgado pelo PT gaúcho aborda o afastamento da presidente Dilma Rousseff, as pautas propostas por Michel Temer e faz um mea-culpa:
"O golpe decorre, em alguma medida, de nossos erros e/ou do atraso em tomarmos determinadas decisões, da ausência de uma estratégia adequada ao período, de uma política de alianças superada, do que fizemos ou deixamos de fazer na política econômica e nas chamadas reformas estruturais, o atraso ou na ausência de reação à altura da ofensiva inimiga".
Segundo a carta, o objetivo da discussão é encontrar saídas para a recuperação do apoio da classe trabalhadora e reconectar o partido com os movimentos sociais.
Os ex-governadores Tarso Genro e Olívio Dutra e o ex-prefeito de Porto Alegre, Raul Pont, criticaram atitudes do PT no âmbito nacional e defenderam novos rumos para a legenda.
– O teto da casa caiu, mas não os seus alicerces e seus fundamentos. O partido se deixou envolver, parece que tão fácil, por mecanismos dos adversários e dos inimigos de classe dos adversários políticos. Será que não temos de pensar sobre isso? Temos – afirmou Olívio.
Tarso defendeu uma grande discussão entre os filiados:
– Precisamos de um congresso que não tema enfrentar nenhum tema, um congresso que seja profundamente autocrítico. Autocrítica não é autoflagelação.
Deputados federais e estaduais e o presidente do PT no RS, Ary Vanazzi, também discursaram a favor do debate interno. Se aprovado, o congresso nacional deve ocorrer em março ou abril de 2017.
Aliás
Apesar de ressaltarem a unidade do PT no RS, líderes gaúchos da legenda lembram que essa não é a realidade no restante do país. A direção nacional não se empolga com a discussão em torno da postura do partido.
Manifesto do PT: