O deputado federal Giovani Cherini (PR) afirmou nesta segunda-feira que exonerou seu assessor suspeito de participar de fraude na fila do SUS no Rio Grande do Sul divulgada no Fantástico, da TV Globo. Segundo reportagem, interlocutores de Cherini ofereciam exames pelo sistema público, em tempo recorde, em troca de R$ 50. O assessor do deputado, Martinho de Brum, recebia os pacientes que pagavam pelo serviço em Porto Alegre e os acompanhava até a clínica Radicom, credenciada pela Secretaria Municipal de Saúde, gestora do SUS na Capital.
Em nota, a equipe de Cherini diz que o auxiliar foi demitido "assim que o parlamentar tomou conhecimento do vídeo que embasa o caso". O documento informa também que a ligação entre Cherini e o crime está "restrita à má conduta de um auxiliar e um candidato a vereador, que agiam sem o conhecimento do parlamentar".
O deputado chama atenção para o fato de que o frentista envolvido no esquema divulgado pela Globo não é do mesmo partido que o dele. Candidato não eleito a vereador na cidade, o frentista Altair fonseca, conhecido como o Caco do Posto (PDT), foi flagrado negociando exames de imagem pelo SUS, em troca de R$ 50, sem passar pela fila do sistema.
Ele diz na gravação que a fraude é operada por Cherini e por um auxiliar dele:
– Faz três anos que eu venho fazendo isso para o deputado Cherini. Se amanhã ou depois der uma zebra, ele pode ser até cassado por causa disso daí, admitiu, sem saber que estava sendo gravado.
Cherini foi expulso em maio do PDT, partido de Caco do Posto, após ter votado a favor do impeachment de Dilma Rousseff na Câmara e ter ido contra a orientação do partido, que é contra o afastamento.
Em nota enviada à imprensa, o deputado diz ainda que vai processar "os responsáveis pela vinculação de seu nome ao grave escândalo noticiado pelo Fantástico, da TV Globo".