
O jornalista Vitor Netto colabora com o colunista Rodrigo Lopes, titular deste espaço.
Planejada para esta semana, a visita de uma comitiva de autoridades dos Estados Unidos à Groenlândia recebeu críticas do governo local. O primeiro-ministro interino Mute Egede classificou a viagem como "altamente agressiva", especialmente diante das promessas feitas recentemente pelo então presidente Donald Trump de anexar a Groenlândia.
A declaração foi dada por Egede ao jornal groenlandês Sermitsiaq no domingo (23). O líder também criticou a participação do conselheiro de segurança nacional dos EUA, Mike Waltz, que integra a delegação.
— Até recentemente, podíamos confiar nos americanos, que eram nossos aliados e amigos, e com quem gostávamos de trabalhar de perto. Mas esse tempo acabou — disse Egede — O que o conselheiro de segurança nacional está fazendo na Groenlândia? O único propósito é demonstrar poder sobre nós. Sua mera presença aqui sem dúvida alimentará a crença americana na missão de Trump — completou.
Em uma publicação no Facebook, o primeiro-ministro interino definiu a visita como "interferência estrangeira" e afirmou:
— É necessário ressaltar que nossa integridade e nossa democracia devem ser respeitadas sem qualquer interferência estrangeira.
Egede está à frente do governo groenlandês de forma provisória após a derrota de seu partido (de esquerda) nas eleições, enquanto aguarda a formação de um novo gabinete.
— Os americanos também receberam instruções claras de que reuniões oficiais só poderão ocorrer quando um novo governo for empossado.
Segundo a Casa Branca, o objetivo da visita é acompanhar a tradicional corrida de trenós puxados por cães na ilha e "celebrar a cultura e a unidade da Groenlândia". Além de Waltz, a comitiva inclui o vice-presidente JD Vance, a segunda-dama Usha Vance e o secretário de Energia, Chris Wright.