No dia dedicado à agricultura na COP29, em Baku, no Azerbaijão, o vice-presidente da Farsul, Domingos Velho Lopes, explicou a uma plateia internacional presente no pavilhão do Brasil, na Blue Zone (a área de decisão da conferência), como o agronegócio brasileiro se posiciona diante das mudanças climáticas.
Integrante da comitiva da Confederação Nacional da Agropecuária (CNA), Lopes comentou como, diante de um mundo onde a geopolítica impõe cenários conflituosos e nos quais haverá crise alimentar em continentes como África e Ásia, o Brasil, com uma economia agrícola pujante, pode encontrar oportunidades, como contribuinte de um planeta mais limpo.
- Começou em Glasgow (COP26), depois em Sharm el-Sheik (COP27), e, aos poucos, as COP vêm introduzindo a atividade da agricultura, pecuária e silvicultura, como parte das soluções e principalmente do convício harmônico com a sociedade civil e com o ambiente - afirmou.
Em Baku, a CNA vem reforçando a participação da agricultura brasileira para o cumprimento das metas da Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC), balizadas pelo Plano ABC+.
- Não existe manutenção do ambiente sem atividade econômica e social justa e tranquila, assim como não vai existir atividade econômica produtiva e sustentável no tempo se não respeitarmos o meio ambiente. É esse o item que estamos trabalhando - disse Lopes à coluna.
O dirigente admite que há um desafio de comunicação do agronegócio brasileiro, nem sempre reconhecido pela população urbana - e, em nível mundial, por vezes visto de forma generalizada como vilão das questões ambientais.
- Estivemos agora no Hub Brasil apresentando a agricultura de baixo carbono, que já é de conhecimento mundial, mas não é de conhecimento que o berço dela, no Brasil, e de especial nos Estados do Rio Grande do Sul e do Paraná - afirmou.
Lopes destaca a necessidade de separar a produção resilitente, sustentável da agricultura, pecuária e silvicultura brasileira, do desmatamento ilegal.
- São dois fatos completamente diferentes, dissociados, mas que têm de ser trabalhados com comunicação para o mundo. Caso contrário vão achar que somos um único bioma amazônico e que está desmatando na totalidade - adverte.
Ele salienta que os produtores brasileiros cumprem "o regramento do código florestal mais exigente do mundo":
- É essa comunicação e essa harmonia que essa COP29 está mostrando, a participação da agricultura trazendo soluções e fazendo parte da manutenção e sustentabilidade do meio ambiente - afirmou.