Não se trata de comparar episódios tão diferentes - o incêndio da boate Kiss, de 2013, e o assalto com morte em Mato Castelhano, nesta quinta-feira (25). Mas ambos atingem a alma da querida Santa Maria.
A morte de um único ser humano é sempre uma tragédia. Sim, porque nos diminui, como disse John Donne. Mas, sobretudo, no caso de professores, porque nos joga nas sombras. Também na Kiss a comunidade acadêmica de Santa Maria foi atingida naquele horror.
Professores, como Fabiano de Oliveira Fortes, 46 anos, e Felipe Turchetto, 35, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), eram luz, pelo que se pode depreender do relato do também professor Jorge Antonio de Farias, colega dos dois. Uma das palavras mais doloridas de se ouvir no difícil Timeline, na Rádio Gaúcha desta manhã, quando Jorge homenageou os amigos, foi que a sala de aula do professor Fabiano era apelidada de "diretório acadêmico" dado o carinho, a troca de experiências e a abertura protagonizada pelo mestre naquele espaço.
Tragédias não combinam com salas de aula.
Uma visita de campo, como a que estavam envolvidos os estudantes de Engenharia Florestal, costuma ser um momento de confraternização entre estudantes e professores: é planejado, aguardado, desejado. Seja do outro lado da cidade, do Estado ou da rua.
É a hora em que a teoria e a prática costumam se unir. É assim que se produz conhecimento. É assim que se faz educação, a antítese da criminalidade, e talvez única vacina contra a sociedade doente na qual vivemos.
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