Nas madrugadas frias de junho, as imagens têm virado rotina: gaúchas e gaúchos enfrentando grandes filas para atualizar os cadastros que garantem benefícios, como o Auxílio Reconstrução, Volta Por Cima e Pix SOS. Na sexta-feira, em São Leopoldo, mais de cem pessoas aguardavam desde a madrugada. Há um jogo de empurra-empurra.
As prefeituras dizem que a demora deve-se ao fato de o governo do Estado ter escolhido o Cadastro Único (CadÚNico) como porta de entrada para receber o benefício. O Piratini diz que o sistema é o mais seguro e confiável, utilizado em outros programas sociais.
No auge da crise, ouvimos de autoridades a promessa de que não haveria burocracia e a garantia de que haveria flexibilização de regras para que o dinheiro chegasse na ponta, com a urgência de que as pessoas precisam.
Estamos vendo o contrário. As pessoas estão sendo penalizadas duas vezes: perderam tudo na enchente e agora precisam passar frio e viver a angústia, na fila, de não ter certeza se irão receber o recurso que lhe é de direito. É humilhação.