O jornalista Vitor Netto colabora com o colunista Rodrigo Lopes, titular deste espaço.
Uma cena tem se tornado frequente na área urbana de Porto Alegre: animais silvestres tomando o espaço verde na Capital. Além das caturritas, que sobrevoam diferentes bairros, agora papagaios são avistados, como registrado na foto pelo leitor Alisson Laschuk, na Auxiliadora.
Glayson Bencke, ornitólogo, especialista em aves do Museu de Ciências Naturais da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), explica que a maioria as espécies pode ser de duas origens: soltas de cativeiro ou em liberdade, que nasceram já no ambiente externo.
— Elas estão praticamente restritas à zona urbana, dificilmente são encontradas em zonas rurais de Porto Alegre — explicou — São de cativeiro e também formam uma população à medida que vão se renovando no ambiente urbano.
Esse tipo de ave tem como característica o fato de viverem em casais que se mantêm unidos a vida toda. Na procura de alimentos, como é o exemplo da foto, formam o bando.
Trabalho da Sema
A Sema conta com programas para fiscalização de animais em cativeiro. Quando capturados, são direcionados para centros de atendimentos de fauna silvestre especializados no atendimento dessas espécies. Um exemplo é o Programa Estadual de Controle de Espécies Exóticas Invasoras (Invasoras RS), com o objetivo de atuar na prevenção, monitoramento e controle das invasões biológicas no Estado.
Segundo Bencke, o papagaio, apesar de estar em um ambiente urbano, é um animal que não mantém contato com os humanos, diferente dos pombos. Com isso, não há risco à saúde da população. Caso você veja uma dessas aves, não há o que fazer, apenas deixar ela viver em um hábitat que um dia já foi, preponderantemente, seu.