Após nova tragédia ambiental nos diferentes quadrantes do Rio Grande do Sul, percebe-se que estamos ainda no modo reativo.
Muitas comunidades gaúchas atingidas pelas enchentes do fim de semana nem haviam se recuperado das cheias de setembro e já vivem um novo drama. Perdas em cima de perdas.
Os recursos para a reconstrução depois da tragédia das águas de dois meses atrás chegam em diferentes velocidades. Mas, em vários locais, os moradores que sofreram as cheias do Rio Taquari, em setembro, estão revivendo o drama porque, conforme os relatos da Rádio Gaúcha, nesta segunda-feira (20), muitos voltaram a viver em lugares vulneráveis, o que indica que não houve mapeado de áreas de riscos ou auxílio para que essas pessoas se mantivessem afastadas das áreas mais vulneráveis.
É preciso investir em prevenção, em ações articuladas entre governo do Estado, prefeituras e governo federal: talvez seja necessário remover populações inteiras e replanejamento urbano, o que não são ações simples. Mas localizar áreas de risco e melhorar os alertas são iniciativas que estão ao alcance das autoridades a curto prazo.
O Rio Grande tem pressa. É preciso passar dos discursos para a ação. Os eventos extremos são a nova realidade e vieram para ficar, como demonstram não apenas as cheias no Estado como situações de calor no centro do país e incêndios no Norte.
Um bom parâmetro para o eleitor no pleito do ano que vem será avaliar se os candidatos a prefeito incluirão ou não questões climáticas, prevenção a eventos extremos e sistemas de alerta em seus programas de governo. É um ótimo ponto de corte para o eleitor, e obrigação para qualquer político que almeje receber o voto dos gaúchos.