Rodrigo Lopes

Rodrigo Lopes

Formado em Jornalismo pela UFRGS, tem mestrado em Ciência da Comunicação pela Unisinos e especialização em Jornalismo Ambiental pelo International Institute for Journalism (Berlim), em Jornalismo Literário pela Academia Brasileira de Jornalismo Literário, e em Estudos Estratégicos Internacionais pela UFRGS. Tem dois livros publicados. Como enviado do Grupo RBS, realizou mais de 30 coberturas internacionais. Foi correspondente em Brasília e, atualmente, escreve sobre política nacional e internacional.

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Lula faz aceno aos militares ao devolver segurança presidencial ao GSI

Impasse com a Polícia Federal havia se instalado nos últimos dias

Rodrigo Lopes

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EVARISTO SA / AFP
Lula observou com desconfiança GSI desde o período da transição

Na disputa de poder em que se tornou o tema da segurança pessoal do presidente da República, os militares levaram a melhor. O Gabinete de Segurança Institucional (GSI) deve voltar às mãos das Forças Armadas

A decisão, que já estava tomada desde o início da semana, está sendo articulada na tarde desta quarta-feira (28) em uma reunião no Palácio do Planalto entre Lula e os ministros da Casa Civil, Rui Costa, da Justiça, Flávio Dino, e o general Marcos Antonio Amaro dos Santos, chefe do GSI. 

Desde os ataques do dia 8 de janeiro em Brasília, a segurança de Lula estava a cargo da Polícia Federal (PF), que vinha pressionando, por meio da Associação Nacional dos Delegados da corporação (ADPF) e do próprio ministro Dino, continuar com essa função. Além da segurança presidencial e de sua família, o GSI é, historicamente, responsável pela proteção do vice e dos palácios do Planalto e da Alvorada. Desde antes da posse, a instituição era vista com desconfiança por Lula por abrigar fiéis escudeiros do ex-presidente Jair Bolsonaro. Após os ataques de 8 de janeiro na Praça dos Três Poderes, esse sentimento se aprofundou. Diversas vezes, o presidente repetiu que as portas do Planalto foram abertas por dentro, insinuando a participação dos militares nos atos, em meio a desconfianças sobre a atuação do então ministro do GSI, general Gonçalvs Dias. 

A Secretaria Extraordinária de Segurança Imediata do Presidente da República (Sesp), integrada majoritariamente por policiais federais, passou a exercer a segurança. A existência desse órgão vence na sexta-feira (30). Daí o aprofundamento da disputa de poder entre os dois órgãos nas últimas semanas e a pressa do governo em tomar a decisão.

Ao devolver ao GSI a tarefa, Lula faz um aceno às Forças Armadas, um voto de confiança. Ainda assim, o arranjo é diferente do que vigorou até janeiro. Terá um formato híbrido, com participação, além dos militares, de civis e policiais.

Desde a crise deflagrada pelos ataques de janeiro, várias discussões foram feitas sobre a segurança presidencial e sobre o papel do GSI, um órgão criado em 1930 durante o Estado Novo de Getúlio Vargas. Sua extinção chegou a ser cogitada, mas, mais uma vez, em nome de uma relação menos tensa com os militares, essa opção foi rejeitada.



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