Na primeira manifestação pública depois de seu retorno ao Brasil, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta sexta-feira (2) que tem 80% do ministério na cabeça, mas que só irá divulgar os nomes depois da cerimônia de diplomação pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), prevista para o dia 12 de dezembro.
- Mas não quero construir um ministério pra mim, que construir o ministério para as forças políticas que me ajudaram - afirmou.
No Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), onde chegou após reunião na casa do ex-presidente José Sarney, em Brasília, Lula afirmou que o ministério será muito parecido ao de seu segundo mandato. Repetiu que a novidade em relação aos governos anteriores será a criação do Ministério dos Povos Originários - ainda que, no início, essa área receba uma secretaria especial.
- Não escolhi ministro ainda - disse Lula. - Estou na fase de conversa com as forças políticas - complementou, destacando que na semana que vem deve ter ainda encontros com partidos menores que apoiaram sua candidatura no segundo turno.
O presidente eleito, que respondeu poucas perguntas de jornalistas, iniciou o pronunciamento justificando a permanência da senadora Gleisi Hoffmann na presidência nacional do PT.
- É extremamente importante que a companheira Gleisi permaneça. Achei que não era importante desmontar o partido porque a gente ganhou a eleição - disse, destacando que, por essa razão, a senadora não deve ocupar cargo de ministério.
Ao ser questionado sobre se pretende viajar aos Estados Unidos, ele disse que só irá depois da diplomação. Afirmou que deseja conversar com o presidente Joe Biden sobre política, as relações Brasil-EUA, o papel do mundo na geopolítica e a guerra na Ucrânia, entre outros temas.
- Os EUA padecem de uma necessidade democrática tanto quanto o Brasil. O estrago que o Trump (Donald Trump, ex-presidente americano) fez na democracia americana é o mesmo que Bolsonaro fez no Brasil - afirmou.
Lula, que chegou a Brasília no domingo (28), retorna nesta sexta-feira (2) a São Paulo para passar o final de semana. Ele deve voltar à capital federal no domingo (4) ou segunda-feira (5).