Ainda proibidos no Brasil, os autotestes de covid-19, que permitem que qualquer pessoa compre o kit em uma farmácia ou supermercado e realize o exame em casa, já é amplamente utilizado em países da Europa, da América do Norte e até entre vizinhos sul-americanos.
O exame rápido de antígeno difere do RT-PCR, mais preciso, mas tem sido utilizado como ferramenta de saúde pública por governos, especialmente diante do avanço da variante Ômicron porque, diante da identificação instantânea, ela permite que, ao menos em tese, se interrompa a transmissão - já que, de uma pessoa positivada espera-se o isolamento.
Não uma regulamentação internacional sobre seu uso. Ou seja, cada país estabelece regras e permissões. Veja quais países adotam o autoteste.
Estados Unidos - O exame é utilizado em vários Estados, e o país já enfrenta problemas de distribuição em razão da grande procura por conta das festas de final de ano. O governo Joe Biden anunciou no final de dezembro a compra de 500 milhões de exames rápidos, que serão distribuídos gratuitamente para a população - porém, só a partir do meio do mês. As pessoas precisam solicitar o kit. Uma das empresas fabricantes, a Abbott, distribui um modelo que permite que o teste seja conectado a um aplicativo no smartphone que notifica as autoridades em caso de positivo - o que contribui para as estatísticas, uma vez que essa é uma das principais críticas ao uso do autoteste. Antes das festas de fim de ano, o CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças) orientou que os americanos fizessem o autoexame em casa antes de se reunir com amigos e familiares.
Reino Unido - O país tem utilizado o autoteste desde 2020. O kit é fornecido gratuitamente, por meio do National Health System (NHS), o sistema de saúde pública britânico, desde que o cidadão preencha uma ficha. Os testes são recebidos em casa.
França - O autoteste é vendido em farmácias e, até 31 de janeiro, estará disponível em supermercados. O preço máximo sugerido pelo governo para kit é de 5,20 euros. É possível obter os produtos de graça - cuidadores de idosos e imunodepressivos podem receber 10 testes gratuitos por mês, por exemplo. O resultado do teste não é aceito para viagens.
Portugal - O exame rápido também é permitido. O valor fica entre dois e cinco euros (equivalente a R$ 12 e R$ 32, respectivamente).
Itália - O país que foi a porta de entrada da covid-19 na Europa também autoriza o exame rápido, que é vendido em farmácias. O valor: 10 euros (R$ 64).
Singapura - Um dos países mais rigorosos em termos de circulação de pessoas durante a pandemia, o pequeno Estado asiático tem permitido que pessoas deixem o isolamento obrigatório em caso de sintomas, se apresentarem resultado negativo do teste rápido após 72 horas.
Israel - O país também utiliza há muito tempo o teste rápido. Porém, diferentemente de outras nações, tem sugerido que as pessoas, ao realizarem o autoteste, raspem não apenas as narinas, mas também a garganta, como forma de aumentar as chances de detectar o coronavírus - orientação que vai contra as instruções do fabricante.
Austrália - O país utiliza testes rápidos há vários meses. Após as festas de final de ano, a procura aumentou tanto que, na semana passada, o governo proibiu elevação de preços dos kits. Também foi limitada a compra a um kit por pessoa. Contra a subnotificação, o governo de Nova Gales do Sul estabeleceu que os cidadãos devem notificar as autoridades sobre resultados positivos a partir de 19 de janeiro. Quem não o fizer, será multado em US$ 720.
América Latina - A Abbott, que fabrica o Panbio Covid-19 Ag Self-Test chegou ao Chile em dezembro e está em fase de lançamento no Peru e no Paraguai.