A temperatura subiu ainda mais no Leste Europeu nesta sexta-feira (14) e não é improvável que os primeiros lances do que possa ser uma invasão da Ucrânia já estejam em movimento. Os sites dos ministérios das Relações Exteriores e da Educação ucranianos foram tirados do ar devido a um ataque hacker.
Antes que o site da chancelaria fosse derrubado, os invasores postaram uma ameaça: "Ucranianos, tenham medo e se preparem para o pior. Todos os seus dados pessoais foram tornados públicos", dizia a mensagem em ucraniano, polonês e russo.
Pode se tratar de uma ação de chamada guerra híbrida, como apregoam alguns analistas de segurança internacional, que apregoam conflitos do futuro - e alguns do presente - com uso de desinformação por meio de ataques hackers e a divulgação em massa de informações falsas. A Ucrânia já foi alvo desse tipo de ataques em 2015 e 2017.
O governo americano acusou nessa sexta-feira, por meio de informações off the record, a Rússia de estar provocando ações do tipo para servir de pretexto para uma invasão:
- A Rússia lança as bases para ter a possibilidade de fabricar um pretexto para uma invasão, inclusive por meio de atos de sabotagem e operações de informação, acusando a Ucrânia de planejar um ataque iminente contra forças russas no leste da Ucrânia - disse um alto funcionário dos EUA. Essas atividades seriam um prelúdio de uma invasão militar, que poderia começar entre este mês e o próximo.
O Kremlin rejeitou as acusações.
A tensão aumentou depois que a reunião entre negociadores russos e americanos terminou, na segunda-feira (10), sem solução em Genebra, na Suíça. Mais de cem mili militares russos seguem posicionados na fronteira com a Ucrânia. Nesta sexta-feira (14), os ministros das Relações Estrangeiros europeus alertaram para uma resposta contundente à Rússia em caso de invasão. O aumento do tom sinaliza que, desta vez, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) pode não se comportar como em 2014, durante a invasão da Crimeia pela Rússia - em que, apesar dos protestos, a comunidade internacional nada fez. Dessa vez, uma retaliação significaria uma guerra aberta na Europa.