Política externa não costuma dar voto. Mas Vladimir Putin elegeu-se em 18 março, com 76,7% dos votos, tendo como vitrine a Copa do Mundo e a retórica antiocidental.
Ao tomar posse, ontem, entretanto, voltou-se para o público interno: com o rublo em forte desvalorização, novas sanções americanas à vista e os primeiros grandes protestos em um ano, o presidente prometeu, no discurso de posse para o quarto mandato, que a principal tarefa nos próximos anos será aumentar a renda real do cidadão.
Ele só deve sair do Kremlin — se sair — em 2024.
A festa contou com 5 mil convidados no Grande Palácio do Kremlin. Não havia líderes estrangeiros de destaque, efeito colateral da crise diplomática entre a Rússia e Ocidente a partir do envenenamento de um ex-espião russo e sua filha no Reino Unido. O ex-chanceler alemão Gerhard Schröder, que agora representa uma subsidiária da gigante russa de energia Gazprom, estava presente, além de figuras como o ator americano Steven Seagal — amigo de Putin e que ganhou o passaporte russo em 2016.
Outro aspecto nacionalista e pitoresco ficou por conta da estreia da nova limusine presidencial, a primeira feita em seu país desde os tempos da União Soviética.
A Kortej (cortejo, em russo) era desenvolvida desde 2012 pelo Nami, um instituto estatal de tecnologia de transporte.