O Papai Noel chegou com cinco dias de antecedência para Donald Trump, que encerra o primeiro ano de mandato com uma vitória importante no Congresso, e para a fatia mais abastada da população americana: a histórica redução de impostos para empresas e grandes fortunas, aprovada na madrugada pelo Senado por uma apertada diferença de três votos para os republicanos. A desoneração, a maior em 30 anos, será de US$ 1,5 trilhão na próxima década.
Trump fez valer a maioria republicana no Congresso, que até agora havia sido insuficiente para dar vitória ao presidente em questões que ele considerava chaves de seu mandato: acabar com o Obamacare e o decreto anti-imigração, duas de suas promessas de campanha não cumpridas até agora.
A casa Branca deu uma de Casa Rosada. Mauricio Macri, na Argentina, fez aprovar sua Reforma da Previdência na calada da noite na terça-feira. O mesmo ocorreu com Trump, que, assim como Macri também faz um belo agrado para o chamado 1% da população — os ricos, que terão enorme corte no imposto de renda e sobre herança, e as corporações, cuja taxação vai cair de 35% para 21%.
O argumento republicano é de que quanto menor for a pressão fiscal, mais estímulo haverá à economia, e, ao acelerar o crescimento, aumenta o tamanho do bolo total. Aliás, o grande artífice da vitória trumpiana no Congresso foi Paul Ryan, o speaker (com os americanos chamam o presidente da Câmara), que se cacifa como forte candidato à sucessão republicana nas eleições de 2019.