Às 22h de hoje, horário de Brasília, Hillary Clinton e Donald Trump vão se enfrentar no primeiro de uma série de três debates transmitidos ao vivo pela TV nos Estados Unidos. A menos de dois meses da eleição mais disputada das últimas décadas, cada duelo – com audiência que está sendo comparada à final do Superbowl, o futebol americano – pode ser decisivo. A se confirmarem as expectativas, este será o debate mais visto da história americana.
Veja 7 coisas que você saber para não perder nenhum detalhe do duelo de logo mais:
1) Esta será a primeira vez que os dois candidatos se encontrarão frente a frente desde que foram nomeados oficialmente por seus partidos, nas convenções de julho. Será interessante observar como se cumprimentam, como se olham, o que dizem um para o outro nos bastidores.
2) Nos últimos dias, as pesquisas têm mostrado o crescimento da campanha de Trump sobre Hillary. Ela já esteve muito à frente do republicano. Trump também já esteve à frente de Hillary – com pouca vantagem, é verdade. Agora, a situação é imprevisível. Segundo o levantamento divulgado nesta segunda-feira, dia do debate, pela Bloomberg, Trump tem 43% dos votos, Hillary, 41%. Ou seja, empate técnico. A democrata perdeu a vantagem que tinha desde as convenções.
3) É importante ficar atento não apenas às frases dos dois candidatos, mas principalmente em como se comportam fisicamente. A linguagem corporal. Será um duro enfrentamento, que promete baixarias, algo que exige não apenas preparação, mas principalmente estabilidade emocional. No último dia 11, Hillary passou mal durante as cerimônias em memória às vítimas dos atentados de setembro de 2001. Como irá se comportar em um duelo de 90 minutos sem intervalo?
4) O voto negro será decisivo nas eleições deste ano – representa 13% da população americana. E, não necessariamente, o voto em Barack Obama se transfere para Hillary. Os negros não são simpáticos à democrata especialmente por conta do governo de seu marido, Bill Clinton. Normalmente, apenas metade dos eleitores negros cai às urnas. Nas eleições de Obama, esse percentual chegou a 70%, igualando-se à proporção de brancos. A morte de um homem negro pela polícia, em Charlote, Carolina do Norte, na semana passada, também não favorece os democratas. Este ano, dos 702 cidadãos mortos pela polícia em confrontos de rua 163 são negros.
5) A baixaria, que corre solta na campanha, especialmente na internet, deve se transportar para o debate desta noite. Hillary tem dito que Trump é homofóbico e mentiroso. Trump chama o marido de Hillary, Bill, de estuprador. Normalmente, uma regra informal da campanha nos EUA ensina que devem ser evitados ataques de caráter pessoal. Não é o caso desta eleição.
6) Terrorismo, insegurança e violência policial serão os principais assuntos do duelo. Nas últimas semanas, houve explosões em Nova York e New Jersey, ataques de policiais contra cidadãos negros e ataques a shoppings, um deles com cinco vítimas. Oficialmente, o debate é dividido em três etapas: A direção da América, Conquistando Prosperidade e Protegendo a América.
7) Trump é conhecido por suas bravatas quando discursa para os seus correligionários. É agressivo e polêmico. Como irá se comportar sabendo que terá como plateia 100 milhões de espectadores? Reforçará suas promessas de campanha, entre as quais construção de um muro entre os EUA e o México e expulsão de imigrantes ilegais? Creio que não. Irá bancar o Trump mais pacífico dos últimos dias.
Ficou interessado? Acompanhe aqui na coluna em ZH, em tempo real, comentários sobre o debate a partir das 22h.