Abel Braga nos deixou a lição. Pena que Miguel Ángel Ramírez e os dirigentes colorados não apreenderam. Em busca de modernidade, o que não é crime, mas sem as peças necessárias para tal, foram em busca de uma aventura que deu errado.
No jogo de domingo (8), contra o Flamengo, se viu a repetição daquilo que fora implantado com tanto sucesso e que quase levou o Inter ao título de campeão brasileiro. São quatro zagueiros, quatro volantes — homens de marcação forte, mas que também sabem jogar — e dois atacantes. É o melhor possível para este Inter, cheio de carências.
Simples como Bruno Méndez, um becão de roça, que quando quis enfeitar quase entregou um gol para o Flamengo. Depois, se deu conta que é preciso espantar a bola para longe.
Edenilson e Patrick jogam muito nessa formação. Eles defendem e atacam com a mesma sabedoria. Patrick pode parecer um grosso, mas suas qualidades são muitas. Edenilson é mais refinado, tem mais intimidade com a bola, e, quando joga bem, empurra o time.
Dourado é o cão de guarda. Até a escalação de Lindoso foi bem feita, porque aquele era um jogo para cascudos, para um jogador que, por muito tempo, jogou no Botafogo e enfrentou o Flamengo diversas vezes.
Esse meio-campo marcou o nascedouro das jogadas. Impediu boa parte dos movimentos, sempre talentosos, dos meio-campistas do Flamengo. Saindo no contra-ataque, teve o passe de Edenilson para Yuri Alberto marcar o primeiro gol e, no segundo, a assistência de Patrick. Tudo com simplicidade.
Claro que, quando jogar em casa e enfrentar adversários com propostas retrancadas, será de outro jeito. Nessa maneira de atuar, fez 5 a 1 no São Paulo, no Morumbi. E, agora, 4 a 0 no Flamengo, no Maracanã. Sim, simplicidade ganha jogo.