Segundo pessoas ligadas as duas chapas concorrentes à presidência do Inter, a dívida de curto prazo do clube é de R$ 400 milhões. Um número preocupante e que precisa ser atacado com responsabilidade.
O Inter não pode logo ali na frente ter uma situação financeira tão grotesca como os casos do Botafogo e do Vasco da Gama, por exemplo, que não conseguem formar time e vendem jogadores por preços insatisfatórios para apagar incêndios financeiros.
O próximo presidente do Inter não pode sair contratando, não pode agir com megalomania, porque se fizer isto estará enterrando o clube numa crise histórica e difícil de ser contornada. Aliás, já está muito difícil.
Na minha opinião, o que precisa ser feito é baixar os custos. Isso não significa baixar a qualidade. Não adianta trazer Miguel Angel Ramírez, que o Gabardo descobriu que interessa as duas chapas, porque ele pode repetir Eduardo Coudet, que custou uma fortuna, exigiu o que clube não poderia lhe dar, não ganhou nada, nem Gre-Nais, e deixou o clube na mão na hora que mais precisava.
Cabe ao próximo presidente baixar custos, não contratar treinador caro — não disse ruim — dispensar jogadores que não dão resposta técnica e que custam caro, e promover um amplo aproveitamento dos jogadores da base, ou seja, colocá-los ao lado de Moledo, Cuesta, Rodrigo Dourado, Edenilson, Patrick, Guerrero, Saravia, Boschilia, Thiago Galhardo e outros que já estão no clube e formam uma base de qualidade.
Jovens jogadores que foram campeões da Copa São Paulo certamente, se aproveitados, emprestarão mais qualidade e o clube poderá ter um time de qualidade gastando muito menos. Se faz necessário cair na real. Acho que podemos estar com promessas de campanha, na desesperada busca dos votos do torcedor.
O Inter teve, somente neste ano que está terminando, o gigantesco déficit de R$ 60 milhões. Teremos ainda um ano sem bilheteria, com inadimplência dos associados, sem todo o dinheiro da Globo e sem jogadores para vender. Não existe, portanto, muita expectativa de ingressos vultuosos fora do comum. O clube precisa de uma gestão muito responsável.