Desde que a festa de Réveillon na nova orla do Guaíba foi anunciada pela prefeitura de Porto Alegre, a coluna recebe todo dia e-mails indignados com a queima de fogos.
— Tu deves saber que o barulho absurdo desses artefatos provoca uma série de malefícios à saúde física, psíquica e emocional tanto dos humanos quanto dos animais — escreveu a leitora Leatrice Borges Piovesan.
Ela tem razão. Mas o secretário municipal da Cultura, Luciano Alabarse, garante que o espetáculo pirotécnico ocorrerá "sem estampidos" — uma tendência mundial alinhada justamente às preocupações de Leatrice.
— Fogos sem ruído algum são uma falácia, não existem. Mas estamos trazendo o que há de mais moderno no mercado mundial — afirma Alabarse.
Quer dizer: embora o barulho seja bastante reduzido, haverá o ruído inevitável da propulsão do dispositivo — e outro no momento em que o artefato deflagra a exibição de luzes no céu. Nada que se aproxime do "bum, bum, bum" dos rojões ou daquele foguetório habitual dos estádios de futebol.
Segundo a Secretaria da Cultura, serão queimadas duas toneladas de fogos que ficarão em uma balsa no Guaíba, a 350 metros da orla. Aliás, a empresa responsável pelo show é a mesma que coordena o espetáculo em Copacabana, no Rio de Janeiro — só que lá são 10 balsas com fogos sobre o mar.