Sem um único poste de luz funcionando, a Ponte do Guaíba vem sendo depenada sem que ninguém se responsabilize por isso. Já são inacreditáveis 10 mil metros de fiação furtados em quatro meses.
O sistema elétrico foi para o espaço desde que o contrato entre a Concepa e o governo federal venceu: acabaram as rondas que a concessionária fazia, ninguém mais monitora as câmeras, não há sequer quem assuma o combate aos furtos.
Procurada pela coluna, a Polícia Rodoviária Federal (PRF), responsável por guarnecer as estradas da União, informou que tem compromisso “com a segurança dos usuários, não com a segurança patrimonial” – embora, segundo a assessoria, a PRF atue nessa área quando solicitada e inclusive já tenha efetuado prisões. O problema dos furtos, portanto, seria diretamente com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit).
Só que o Dnit, em resposta à coluna, informou que a segurança na ponte é uma atribuição, adivinhem?, da Polícia Rodoviária Federal. Quer dizer, ninguém assume coisa nenhuma. A prefeitura, que deve gastar R$ 80 mil na nova fiação – todos os 60 pontos de luz estão desligados, sem falar na iluminação cênica –, prometeu enviar nesta segunda-feira (19) ofícios ao Dnit e à PRF para que eles apontem, oficialmente, quem responde pela segurança na ponte.
Enquanto isso, o comandante do 9º Batalhão de Polícia Militar, tenente- coronel Rodrigo Mohr Picon, diz que vai incluir a Ponte do Guaíba em uma ofensiva contra os furtos de fiação.
– É um problema crescente na cidade, inclusive na Castello Branco (como a coluna mostrou na quinta-feira), no Centro e no Moinhos de Vento. Já iniciamos um trabalho para desbaratar, por meio de câmeras de vigilância, inteligência e integração com a Polícia Civil, a quadrilha que se dedica a isso – afirma o tenente-coronel.
Alguém, enfim, está fazendo algo.