Dono de um bar atrás da Praça Júlio Mesquita, aquela do aeromóvel, em frente à Usina do Gasômetro, Waldo Dias já foi empurrado, ameaçado e viu um homem jogar dinheiro na sua cara. Seu estabelecimento, inaugurado em setembro passado, teve duas cadeiras quebradas a chutes. Motivo: ele passou a negar o uso do banheiro para multidões que frequentam o trecho revitalizado da orla.
– Nunca tive problema em emprestar o sanitário, mas começou a ficar insuportável. Os clientes se incomodavam, eu não conseguia dar conta de tudo, e meu bar não é muito grande – conta Waldo, 52 anos, que já apareceu outras vezes na coluna por recolher lixo, regar plantas e consertar tudo na Praça Júlio Mesquita.
Logo que a orla reabriu, incomodado com o entra e sai no bar, ele tentou uma saída bem-humorada. "Banheiro só lá no Posto Ipiranga", escreveu em um cartaz fixado na porta. Mas, ao apontar o posto para um visitante, recebeu um tapa na mão.
Tentou restringir o acesso a clientes, mas, enquanto um comprava uma água, outros quatro amigos aproveitavam para ir ao banheiro. Começou a fechar mais cedo – nos últimos três finais de semana, só trabalhou até as 17h, embora normalmente se estenda até as 22h.
Secretário do Meio Ambiente, Maurício Fernandes diz que a orla conta com quatro banheiros públicos e outros 20 químicos. A secretaria ainda informa que a média de visitantes por fim de semana é de 50 mil pessoas – 100 mil a menos do que no Ibirapuera, em São Paulo, parque mais visitado da América Latina, com apenas oito sanitários.
Tudo bem, talvez até falte banheiro. Mas o que mais falta, não dá para negar, ainda é civilidade e educação.