Paulo Germano

Paulo Germano

Jornalista formado pela PUCRS, está em ZH desde 2006, mas foi em 2015 que se tornou colunista do jornal. Antes, atuou nas áreas de política, geral, cultura e esportes. É comentarista da RBS TV. Já venceu o Prêmio Petrobras de Jornalismo e foi finalista do Prêmio Esso. PG, como é chamado, escreve sobre vida real.

Não dá conta

Dono de bar é agredido e ameaçado por não liberar banheiro a frequentadores da orla do Guaíba

Conhecido por limpar e cuidar da Praça Júlio Mesquita, em frente ao Gasômetro, Waldo Dias precisa fechar as portas mais cedo no fim de semana

Paulo Germano

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Antônio Pires / Agência RBS

Dono de um bar atrás da Praça Júlio Mesquita, aquela do aeromóvel, em frente à Usina do Gasômetro, Waldo Dias já foi empurrado, ameaçado e viu um homem jogar dinheiro na sua cara. Seu estabelecimento, inaugurado em setembro passado, teve duas cadeiras quebradas a chutes. Motivo: ele passou a negar o uso do banheiro para multidões que frequentam o trecho revitalizado da orla.

Ana Clara Balena / Arquivo Pessoal
Orla tem atraído 50 mil pessoas nos fins de semana

– Nunca tive problema em emprestar o sanitário, mas começou a ficar insuportável. Os clientes se incomodavam, eu não conseguia dar conta de tudo, e meu bar não é muito grande – conta Waldo, 52 anos, que já apareceu outras vezes na coluna por recolher lixo, regar plantas e consertar tudo na Praça Júlio Mesquita.

Logo que a orla reabriu, incomodado com o entra e sai no bar, ele tentou uma saída bem-humorada. "Banheiro só lá no Posto Ipiranga", escreveu em um cartaz fixado na porta. Mas, ao apontar o posto para um visitante, recebeu um tapa na mão.

Tentou restringir o acesso a clientes, mas, enquanto um comprava uma água, outros quatro amigos aproveitavam para ir ao banheiro. Começou a fechar mais cedo – nos últimos três finais de semana, só trabalhou até as 17h, embora normalmente se estenda até as 22h.

 Secretário do Meio Ambiente, Maurício Fernandes diz que a orla conta com quatro banheiros públicos e outros 20 químicos. A secretaria ainda informa que a média de visitantes por fim de semana é de 50 mil pessoas – 100 mil a menos do que no Ibirapuera, em São Paulo, parque mais visitado da América Latina, com apenas oito sanitários.

Tudo bem, talvez até falte banheiro. Mas o que mais falta, não dá para negar, ainda é civilidade e educação.



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