Aprovada pela Câmara Municipal, mas ainda não sancionada pelo prefeito Marchezan, a troca de laranja para branco na cor dos táxis divide inclusive os taxistas. Foi um grupo deles que pediu a mudança aos vereadores, mas o presidente do sindicato da categoria reconhece uma divisão.
– Fizemos uma pesquisa com os permissionários, e 51% foram favoráveis ao laranja. Os outros 49% queriam a cor branca – conta Luiz Nozari, líder do Sintáxi.
Marchezan já se manifestou contrário à alteração: entende que o laranja é "um diferencial histórico" e "uma marca" da cidade – é possível, portanto, que ele vete a emenda aprovada na Câmara. Se isso ocorrer, os taxistas favoráveis ao laranja, que ficaram quietos quando o branco foi aprovado, devem articular uma pressão sobre os vereadores para que o veto seja mantido.
Não sem resistência do outro grupo, claro. Defensores da cor branca alegam que, além de gastar R$ 3 mil para pintar o táxi de laranja, taxistas são obrigados a conviver com uma enorme desvalorização do veículo, já que ninguém se interessa por comprar um carro dessa cor. Luiz Nozari, do Sintáxi, propõe outra medida:
– Que a prefeitura autorize o branco, mas sem que ele seja obrigatório. Assim, quem quiser poderá manter o laranja.
Mas ele próprio acredita que, a médio prazo, todos os táxis acabariam brancos:
– Quando o taxista for trocar de carro, mesmo que goste do laranja, não vai gastar mais R$ 3 mil só por isso.
O projeto deve sair da Câmara e chegar à prefeitura na quinta-feira: Marchezan terá 15 dias para vetar ou sancionar a insossa e monótona cor branca.