Aposentadorias, transferências, falta de contratações: por diferentes motivos, hoje atuam em Porto Alegre 109 fiscais da Smic a menos do que em 2003.
Segundo o diretor da divisão da fiscalização da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Rogério Stockey, isso ajuda a explicar por que o ambiente está tão conturbado na Cidade Baixa. Sem agentes suficientes, o departamento quase não faz mais fiscalizações preventivas e tem dificuldade em investigar todas as denúncias feitas pelo telefone 156.
– Tem muito comércio sem fiscalização. Também gostaríamos de dar mais atenção à questão dos vendedores ambulantes e ao cumprimento do horário de funcionamento dos bares. Mas faltam recursos humanos – afirma o diretor.
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Aos finais de semana, moradores percebem: a barulheira é constante, especialmente na Rua João Alfredo. Frequentadores se alternam entre bares e o meio da rua, e o convívio entre boêmios e residentes está cada vez mais difícil.
Segundo Stockey, de 2003 para cá, cerca de 50 fiscais foram transferidos para outros setores ou secretarias, e muitos se aposentaram. De 172 na década passada, hoje os agentes são 63. A solicitação de um novo concurso para repor o quadro de funcionários foi feita, mas está em análise no comitê gestor da prefeitura.