Marchezan, na campanha eleitoral, sugeriu que Sebastião Melo (PMDB) mentia. Em um post publicado em 23 de outubro do ano passado – sete dias antes do segundo turno da eleição –, o tucano garantiu que, se fosse eleito, não acabaria com a segunda passagem gratuita, como seu adversário vinha repetindo.
Passaram-se nove meses, e Marchezan acabou com a segunda passagem gratuita. O decreto publicado por ele nesta quinta-feira anula o anterior, do ex-prefeito José Fortunati – de quem Melo era vice –, que isentava qualquer pessoa de pagar a segunda tarifa se pegasse dois ônibus em um intervalo de meia hora.
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Tudo voltará a ser como antes: a segunda passagem custará 50% do valor da primeira. A exceção serão os estudantes, que representam menos de 8% do total de usuários. Eles continuarão isentos da tarifa do segundo ônibus.
Não contesto a decisão em si de Marchezan. Pode-se debater ainda se manter a segunda passagem gratuita é um bom ou mau negócio. O que contesto é a conduta do então candidato no ano passado. Quem estava escondendo a verdade ao falar com o eleitor? Sebastião Melo ou ele?