Verdade que falta dinheiro, mas às vezes também falta fazer direito. Cerca de R$ 1,4 milhão que a prefeitura deveria ter repassado a projetos culturais, via Fumproarte, não chegaram aos artistas devido a uma trapalhada administrativa: a verba não foi empenhada. Empenhar, em burocratês, é simplesmente reservar dinheiro para uma despesa. O secretário da Cultura no governo Fortunati, Roque Jacoby, diz que houve "um pequeno equívoco" em 2016:
– A pessoa responsável informou que estaria tudo encaminhado e, quando fomos ver, não havia os empenhos. O secretário não tem como acompanhar pari passu todos os problemas.
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Essa dívida de R$ 1,4 milhão é referente apenas ao Fumproarte do ano passado – no total, a prefeitura deve R$ 6,8 milhões a cerca de 300 artistas da cidade. O irônico é que um dos credores é justamente o atual secretário da Cultura, Luciano Alabarse, diretor de teatro que por 23 anos coordenou o Porto Alegre em Cena.
Alabarse tem R$ 44 mil para receber por conta do festival do ano passado. Pressionado para pagar os colegas, ele garante que seu nome já está no fim da fila.
– Não vou pegar minha parte antes de pagar todo mundo. Vou ter que ser o último – adianta o secretário.
