Juninho, um simpático anão de 33 anos e 1m28cm, está afastado do trabalho. Não é uma punição por ter dançado e tirado a roupa em uma repartição da Polícia Civil, em São Paulo - a repercussão do episódio levou até o governador Geraldo Alckmin a se pronunciar sobre o caso. Juninho pediu uns dias de folga porque se arriscou a ler os comentários em redes sociais e em reportagens que tratavam do assunto.
- Ele ficou arrasado. Viu gente dizendo que "anão é a escória do mundo", que "se anão fosse bom, não teria vindo pela metade", essas maldades - contou à coluna o chefe de Juninho, Alexandre Donizete, sócio da agência Tele Happy, especializada em animações de eventos.
Alexandre estava com Juninho na festinha do início do mês, quando amigos da aniversariante - uma escrivã "que tem medo de anão" - contrataram o pequeno stripper.
Juninho, de chapéu vermelho, posa com os colegas de animação
Foto: Tele Happy, Divulgação
Juninho é um dos 37 anões da Tele Happy, que, para dar conta de tanta procura, chegou a abrir uma subsidiária chamada Cia dos Anões. Os agenciados se vestem de super-heróis em festas infantis, entregam brindes em eventos motivacionais e, de vez em quando, tiram a roupa em clima de zoeira, nunca de volúpia.
- É um mercado crescente - diz Alexandre, sem trocadilhos.
De fato, ainda que o viés cômico prepondere, nunca os portadores de nanismo estiveram tão presentes na cultura pop. O americano Peter Dinklage, 46 anos, famoso pela série Game of Thrones, é inegavelmente um galã - e ótimo ator. Reality shows como Pit Boss e Pequenas Grandes Mulheres são sucesso na TV paga. E, segundo Alexandre Donizete, os assistentes do programa de Rodrigo Faro, na Record, estenderam sua empatia aos anões em geral.
Não deve ser fácil ler tanta besteira, Juninho, a gente imagina. Mas grandeza é coisa para poucos.