Que tal garantir um camarote com 12 lugares no Royal Albert Hall, um dos teatros mais prestigiados do mundo?
Desembolse 2,5 milhões de libras (aproximadamente R$ 10 milhões) e garanta um lugar permanente no espaço cultural multifuncional, que apresenta balés, óperas, concertos, o Cirque du Soleil e até campeonato de tênis. Dos 5.272 lugares do teatro, 1,3 mil são de propriedade privada.
Você pode ter achado salgado o preço – quem é dono também acha: nos espetáculos que não estão interessados em assistir, há quem revenda os tickets para fazer um "caixinha".
Um box no Royal Albert Hall lhe daria o mesmo status da rainha, que possui um, o mais central, também vitalício. Quando o teatro foi construído, em 1860, as pessoas que ajudaram a financiar a obra ganharam de agradecimento assentos, que são herdados ou podem ser vendidos.
Os interessados precisam se mexer rápido, já que a imobiliária Harrods, responsável pela venda, revelou que existem diversos potenciais compradores.
Detalhe: é preciso desembolsar uma anuidade de 14.004 libras (R$ 63 mil).
Primeira-ministra vai à luta
Theresa May teve que correr atrás do prejuízo nos últimos dias, após ganhar capa da The Economist com o título "Theresa Maybe" (Theresa Talvez) e um editorial ácido definindo-a como a primeira-ministra mais indecisa da história do Reino Unido. Ela publicou um artigo no jornal conservador
The Telegraph, concedeu entrevista na televisão e anunciou um programa de benefícios sociais, especialmente voltado para a saúde mental. A PM coloca foco também na política interna, para evitar que o seu mandato seja lembrado unicamente pelo Brexit.
Mas a missão é difícil. Só se fala em Brexit, e justamente pelas indefinições. Numa entrevista ao canal Sky, May, pela primeira vez, deu a pista de uma saída mais radical. Deixou nas entrelinhas que o Reino Unido não abrirá mão do controle na imigração e, com isso, sairia do mercado comum, fazendo acordos específicos com cada país.
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O assunto Brexit é tão dominante, que mudou a grade de programação da TV britânica. Domingo de manhã passou a ser o turno concorrido para revisar e agendar a pauta política da semana.
A BBC mantém um programa ao vivo com Andrew Marr, de grande repercussão. Ano passado, a ITV lançou um concorrente, e, no último fim de semana, a Sky News escalou a elegante Sophy Ridge para pilotar o seu.
A estreia de Sophy teve a primeira entrevista do ano com Theresa May, que disse com todas as letras:
– Estamos deixando a Comunidade Europeia, estamos saindo. Não seremos mais um membro.
Duas vezes Zaha Hadid
Às vésperas do primeiro ano de sua morte, a arquiteta Zaha Hadid ganha destaque com duas novas exposições em Londres. A mostra na Serpentine Gallery havia sido planejada antes de sua morte, em março de 2016. Apresenta uma seleção de pinturas e desenhos caligráficos do início da carreira da arquiteta.
Todos foram feitos antes de ela construir o seu primeiro prédio, a estação de bombeiros da fábrica da Vitra na Alemanha, em 1993. Há ainda cadernos de esboços, mostrando que seus prédios retorcidos e arredondados, que muitos achavam impossíveis de serem realidade, só poderiam nascer mesmo do traço à mão.
A arquiteta iraquiana radicada em Londres formou-se primeiro em Matemática. O Science Museum de Londres inaugurou uma galeria inteira sobre o tema, para revelar como a matemática influencia o design e a tecnologia, enfim, como transforma nossas vidas. Zaha recebeu a encomenda e criou um teto que parece saído de um desenho dos Jetsons. O projeto tem como base as equações de fluxo de ar usadas na aviação e inspira-se nas aeronaves da Handley Page, fábrica que construiu aviões para a I e a II Guerra Mundial.