Após alguns atrasos, os rebeldes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) iniciarão a entrega das armas nas próximas semanas, e o desarmamento deve estar concluído até junho, revela o enviado da ONU Jean Arnault. Chefe da missão política da ONU na Colômbia, Arnault disse ao Conselho de Segurança que o objetivo principal do esforço de paz agora é estabelecer os 26 campos vigiados pela ONU onde os rebeldes se reunirão para entregar suas armas. No total, cerca de 5,7 mil combatentes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) devem entregar suas armas com base no acordo firmado em novembro para acabar com cinco décadas de conflito interno. Assim que forem estabelecidos os campos, "esperamos que o processo de desarmamento comece, nas próximas semanas", declarou Arnault.
O governo colombiano e os líderes rebeldes estão decididos a "fazer todo o possível para cumprir com o objetivo original de entrega integral das armas até o início de junho". E isso está facilitado porque a lei de anistia aprovada no final de dezembro eliminou um dos obstáculos para o desarmamento. Mas Arnault ainda cita problemas logísticos relacionados com o grande número de locais e a posição remota de alguns campos, entre outras questões.
Ao menos 350 dos 450 observadores da missão de paz da ONU foram designados para supervisionar a entrega das armas.
ELN
Por outro lado, o governo da Colômbia e o Exército de Libertação Nacional (ELN), a segunda maior guerrilha do país, adiaram para amanhã (sexta-feira) a reunião conjunta no Equador que busca fixar data para instalação da mesa pública de negociações de paz, depois que foi adiada no fim de outubro a pedido dos rebeldes. Hoje (quinta-feira), cada delegação trabalhará separadamente em tarefas preparatórias, e na sexta começa a reunião conjunta.
Nesta quinta-feira, dia em que estava previsto o encontro entre as partes, chegarão a Quito dois dos delegados do governo de Juan Manuel Santos para negociar com os insurgentes. As reuniões ocorrem nas proximidades de Quito.
Ainda segue pendente a exigência do governo de que se concretize a libertação do ex-congressista Odín Sánchez, em poder dos rebeldes desde abril passado, e à exigência do ELN de que o governo indulte dois guerrilheiros.
A expectativa é de que isso ocorra em breve.