Confirmada a extinção da Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro), em sessão histórica na Assembleia Legislativa que durou 18 horas e culminou na dissolução de outras sete fundações, a pergunta a fazer é como ficarão os serviços prestados hoje pelo órgão – em estudos a campo e no Instituto de Pesquisas Veterinárias Desidério Finamor (IPVDF). Pelo projeto aprovado, os 289 pesquisadores e servidores administrativos (estatutários) deverão ser realocados para a Secretaria da Agricultura.
– Faremos parte de um órgão da administração direta, responsável por vigilância, fiscalização e fomento. A pesquisa agropecuária não é função de secretaria – lamenta Carlos Alberto Oliveira, pesquisador da Fepagro.
A despesa anual da Fepagro era de R$ 20 milhões, dos quais 80% com pessoal. O restante, R$ 4 milhões, é o que será economizado com a extinção. A ausência de uma fundação formalizada, porém, impedirá a busca de recursos em editais voltados a instituições, explica Oliveira.
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Com a perda do CNPJ da Fepagro, o laboratório do IPVDF, único no Estado credenciado ao Ministério da Agricultura, deverá buscar novo registro.
– A repercussão disso tudo começará agora – prevê Oliveira.
Presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Pesquisa Agropecuária Gaúcha, a deputada Zilá Breitenbach (PSDB) votou a favor da extinção da instituição:
– A frente é em defesa da pesquisa, que pode continuar sendo executada. Respeito muito os técnicos e os doutores, mas a Fepagro de hoje não está respondendo às necessidades do Estado – justificou Zilá, citando escritórios desativados no Interior.
Carlos Joel da Silva, presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado (Fetag), considera a extinção uma perda ao setor, especialmente aos pequenos produtores – os mais beneficiados pelas estudos da Fepagro:– Faltou ao governo e aos deputados o entendimento da real importância da pesquisa. Esperamos que pelo menos haja sensibilidade para manter os serviços.